Como separar finanças pessoais e profissionais sendo autônomo

Como separar finanças pessoais e profissionais sendo autônomo (sem nó na cabeça)

22/06/2025

Quando tudo se mistura e o dinheiro some

Você fecha um mês bom de trabalho, fatura alto, paga contas pessoais, investe em equipamento novo, compra um presente, adianta o aluguel… e, no fim das contas, não sabe exatamente quanto sobrou.

Se você é autônomo, já passou por isso.

A mistura entre vida pessoal e profissional no mesmo bolso é um dos maiores inimigos da saúde financeira de quem trabalha por conta própria. O resultado? Falta de controle, decisões erradas, impostos mal calculados e um sentimento constante de estar sempre correndo atrás do próprio rabo.

Mas a boa notícia é: separar essas finanças é possível, simples e libertador.

Neste artigo, você vai aprender:

Por que é tão importante separar o que é seu e o que é do seu trabalho
Como fazer isso na prática, mesmo começando do zero
Que ferramentas usar para facilitar sua vida
E como isso pode mudar seu jogo financeiro como autônomo

Por que separar as finanças pessoais das profissionais?

🎯 Clareza nos resultados

Você só entende se seu negócio está dando lucro quando sabe exatamente o quanto entra e o quanto sai da operação profissional.

🛡️ Proteção contra decisões impulsivas

Quando tudo está no mesmo bolo, é mais fácil gastar o dinheiro da empresa como se fosse salário.

📊 Facilita a gestão, a precificação e o crescimento

Separando as contas, você consegue prever investimentos, criar metas, calcular seu preço com base real e entender sazonalidades.

🧾 Melhora sua vida com o contador (e com a Receita)

Organização facilita declaração de IR, cálculo de DAS, controle de nota fiscal e evita dor de cabeça com o fisco.

Passo a passo para separar as finanças pessoais e profissionais

✅ 1. Abra uma conta bancária exclusiva para o CNPJ (ou para seu uso profissional)

Se você é MEI ou tem empresa, abra uma conta PJ.
Se é autônomo informal, uma segunda conta PF já resolve. O importante é não misturar as entradas e saídas.

💡 Dica: bancos digitais como Cora, Inter, Nubank, PJBank ou PagBank oferecem contas gratuitas para MEIs e autônomos.

✅ 2. Defina seu “salário” mensal

Você não é o seu negócio. Seu negócio paga você.
Mesmo que varie mês a mês, defina um valor fixo como pró-labore ou retirada mensal.

Exemplo:

Faturou R$ 8.000 no mês?
Paga as despesas do negócio (internet, transporte, ferramentas, impostos)
E separa R$ 3.000 como seu “salário” pessoal

O restante fica no caixa da empresa.

✅ 3. Crie planilhas ou use apps para acompanhar

Você pode começar com uma planilha simples com duas abas:

Profissional: entrada de clientes, custos fixos, variáveis e impostos
Pessoal: aluguel, mercado, lazer, transporte pessoal, saúde etc.

Ou usar apps como:

Nibo, Granatum ou QuickBooks (foco em gestão profissional)
Mobills, Organizze ou Guiabolso (para controle pessoal)

✅ 4. Estabeleça metas separadas

Separar também significa pensar de forma estratégica.

💼 Para o negócio:

Meta de faturamento
Reserva para expansão
Fundo de emergência profissional

👤 Para você:

Reserva pessoal
Aposentadoria
Investimentos e sonhos

✅ 5. Reinvista parte do lucro no seu negócio

Depois de pagar suas contas e seu “salário”, parte do que sobra deve ser reinvestida em melhorias, marketing, formação ou ferramentas.

Isso evita que você consuma todo o lucro e fique estagnado.

O que não fazer (erros comuns)

❌ Passar gastos pessoais no cartão do negócio (e vice-versa)

Mesmo que você controle depois, a confusão começa aí.

❌ Usar toda sobra de caixa como se fosse lucro

Nem tudo que entra no caixa é lucro. Tem imposto, reinvestimento e reserva.

❌ Esperar “ter muito dinheiro” para se organizar

Separar finanças é mais importante quanto menor for seu faturamento. Organização vem antes do crescimento.

Benefícios de uma separação bem-feita

✅ Mais controle sobre os resultados
✅ Melhora na tomada de decisão
✅ Tranquilidade na declaração de impostos
✅ Visão clara para crescer com saúde
✅ Menos estresse e mais clareza mental