erros financeiros

Os 5 maiores erros financeiros que os autônomos cometem sem perceber (e como evitar cada um)

Você não tá errando por mal. Mas tá pagando o preço.

Ser autônomo é acordar todo dia no modo “sobrevivência”: correr atrás de cliente, entregar serviço, apagar incêndio e, se der tempo, respirar. No meio dessa loucura, cuidar das finanças vira o que sobra — e não o que guia.

Só que tem um problema aí: os erros financeiros que você comete sem perceber são os mesmos que te impedem de prosperar. E não, não é falta de esforço. É falta de clareza, orientação e método.

Neste artigo, você vai identificar se está cometendo um (ou mais) desses deslizes e, o mais importante, vai sair daqui sabendo como corrigir — sem precisar virar contador nem guru do Excel.


1. Misturar o dinheiro do trabalho com o da vida pessoal

Esse é o erro campeão. E quase todo autônomo já caiu nele.

Você recebe o pagamento de um cliente, paga o aluguel com esse dinheiro, compra o presente da sobrinha, abastece o carro… E quando precisa investir no seu negócio ou cobrir uma despesa da atividade profissional, cadê o dinheiro?

Por que isso é um problema?

  • Você perde totalmente a noção de quanto custa seu trabalho.

  • Fica impossível saber se está lucrando ou só “girando dinheiro”.

  • Não tem base para calcular preço nem montar reserva.

Como evitar:

  • Tenha uma conta separada só para as receitas e despesas do seu trabalho.

  • Defina um “pró-labore” (seu salário), mesmo que seja simbólico no começo.

  • Use apps simples como Cora, Conta Simples ou até Nubank com tags para separar gastos.


2. Confiar na memória em vez de registrar entradas e saídas

“Ah, eu sei quanto eu ganhei esse mês.” Sabe mesmo?
Quando você soma tudo no fim do mês, geralmente percebe que esqueceu aquele Pix de R$ 200, aquela compra no débito, aquele material no cartão.

A memória é péssima gestora de finanças.

Por que isso te atrapalha?

  • Você vive no escuro.

  • Gasta sem perceber.

  • Não consegue prever meses difíceis ou se planejar com antecedência.

Como resolver:

  • Use uma planilha de fluxo de caixa semanal (tem uma gratuita aqui).

  • Ou comece com um caderno: anota todo real que entra e sai.

  • Faça disso um ritual semanal, de preferência nas segundas-feiras.


3. Trabalhar sem precificação estratégica

Muita gente cobra com base na intuição. Olha pro mercado, joga um preço no ar, e torce. Outros têm medo de perder cliente e acabam cobrando menos do que vale.

Só que preço mal calculado vira prejuízo disfarçado.

Problemas clássicos dessa prática:

  • Você fatura bem, mas nunca sobra.

  • Atrai clientes que só buscam preço baixo.

  • Vive cansado, mas quebrado.

Como fazer direito:

  • Some todos os seus custos fixos e variáveis.

  • Defina quanto quer de lucro e quantos trabalhos consegue fazer por mês.

  • Divida e descubra quanto precisa cobrar por projeto ou hora para viver com dignidade.

Quer ajuda com isso? Leia depois:
👉 Como calcular seu preço de forma justa e lucrativa


4. Ignorar a sazonalidade (e viver como se todo mês fosse igual)

Alguns meses são fortes (dezembro, janeiro, meses de campanha ou lançamentos). Outros são fracos (Carnaval, pós-férias, eleições, etc.).

Só que muitos autônomos vivem como se o mês gordo fosse a regra. Aí gastam demais quando recebem mais, e passam sufoco depois.

Consequências:

  • Sem reserva, qualquer queda vira desespero.

  • Você trabalha por impulso e vive no vermelho.

  • Sua saúde mental vai pro espaço (junto com seu cartão de crédito).

Como evitar:

  • Tenha um fundo de segurança equivalente a 2-3 meses de custo fixo.

  • Faça uma análise do histórico dos últimos 12 meses. Quais meses foram ruins?

  • Planeje: se dezembro foi bom, guarda parte pra segurar janeiro e fevereiro.


5. Não investir no próprio futuro (nem se proteger)

Autônomos raramente têm reserva de emergência, previdência ou seguro. Acham que é coisa de gente rica ou distante da realidade. Mas é justamente por ter uma renda instável que você precisa se proteger mais ainda.

Erros comuns:

  • Trabalhar sem plano B (se adoecer, para tudo).

  • Não ter uma reserva que permita recusar cliente ruim.

  • Chegar aos 50 sem aposentadoria nem plano de ação.

Como corrigir:

  • Comece guardando 10% de cada pagamento (mesmo que seja R$ 50).

  • Use produtos simples: Tesouro Selic, previdência com dedução no IR, seguro básico.

  • Faça disso um hábito automático, tipo escovar os dentes.


Você merece ganhar bem — mas precisa saber como cuidar disso

Não é porque você trabalha por conta que precisa viver no sufoco.
Esses cinco erros são comuns, sim. Mas também são fáceis de resolver com clareza, rotina e um pouco de disciplina.

Comece pequeno:

  • Separe suas contas.

  • Use uma planilha simples.

  • Revise seu preço.

  • Guarde um pouquinho.

  • E pare de esperar o caos bater na porta pra reagir.

Seu talento merece prosperar. Sua conta bancária também.

Nos vemos no próximo post.
Equipe Finanças Pro Autônomo 💼