Não é avião, é foguete! Nesta segunda-feira (8), a ação da Azul (AZUL4) fez o que parecia impossível em 2025: decolou. E não foi uma subida tímida, foi tipo decolar sem combustível e torcendo pra dar certo. Os papéis subiram 62,61% e bateram R$ 1,85, depois de passarem o ano inteiro apanhando mais que mala em esteira de aeroporto: acumulam queda de quase 47% só em 2025.
E se você acha que só a Azul (AZUL4) pegou vento a favor, se engana. A Gol (GOLL4) também surfou a euforia e avançou 40%, mesmo sem ter colocado o cinto de segurança.
Azul (AZUL4): a ação que saiu do buraco como quem fugia da inspeção da ANAC
A explicação da vez? Um bom e velho short squeeze, aquele fenômeno onde os vendidos (que apostam na queda da ação) tomam um susto, batem cabeça e são obrigados a recomprar às pressas — ajudando o preço a subir ainda mais.
Segundo o estrategista Gustavo Cruz, o movimento foi uma espécie de efeito dominó do desespero: “Muita gente apostou que ia cair, e quando o papel subiu, virou uma briga de foice entre quem não queria tomar prejuízo e quem resolveu apostar alto na virada”. Tradução: um monte de tubarão mordendo a própria cauda.
Mas calma: nem tudo que sobe é santo (ou sustentável)
Apesar da alta cinematográfica, a Azul continua financeiramente em pane. Desde a pandemia, o balanço da empresa é uma montanha-russa sem freio. Os custos continuam em dólar, as receitas em real, e os investidores de longo prazo ainda tratam a empresa com o mesmo entusiasmo de quem escolhe assento no meio da fileira.
Fusão com a Gol? Cade quer explicações. E o mercado também.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) decidiu lembrar que existe e deu 30 dias para Azul e Gol explicarem direitinho esse “relacionamento aberto” disfarçado de codeshare. E aí vem a dúvida cruel: união que salva ou Titanic em dobro?
Tem analista achando que juntas, as duas criam sinergia. Tem analista achando que criam só prejuízo compartilhado. E tem o torcedor, claro, só querendo ver esse capítulo virar novela com direito a barraco regulatório.
Ah, e antes que você pergunte: não, o Cuca não foi convocado pra pilotar esse avião. Mas…
Tem que saber se o Cade quer, se a Gol quer, se a Azul quer, e principalmente se o Cuca quer. Porque, sejamos sinceros: todo mundo sabe que o técnico não gosta de nada que envolva consentimento.
Tráfego aéreo bombando e petróleo mais barato? Parece até sonho
A alta também foi turbinada por boas notícias no setor: voos corporativos para os EUA cresceram 39%, segundo a Abracorp. O preço do petróleo e do querosene de aviação recuou. O dólar deu uma folguinha. Tudo isso junto formou o kit milagre econômico momentâneo que animou o mercado.
Mas milagre, por definição, não dura.
O investidor tem que escolher: comprar a virada ou assistir da janelinha
Analistas sérios (sim, ainda existem) lembram que Azul (AZUL4) não está nos radares de investimento de longo prazo. Não por maldade, mas porque os fundamentos estão mais frágeis que banco de aeroporto.
Se você comprou a ação hoje de manhã e vendeu à tarde, parabéns: você lucrou. Se acha que esse voo vai até a estratosfera, cuidado. O mercado adora vender passagem pra investidor desavisado — sem avisar que o avião pode pousar de emergência em Congonhas, com chuva e sem pista seca.
Resumo:
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Azul (AZUL4) subiu mais de 60% no dia.
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Gol (GOLL4) acompanhou a alta, com 40%.
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Movimento foi puxado por short squeeze e boas notícias no setor.
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Mas a empresa ainda está longe de resolver seus problemas financeiros.
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Cade exige explicações sobre parceria com Gol.
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E os analistas seguem divididos: gênio ou gambiarra?
