Ficar desempregado não precisa ser sinônimo de ficar desprotegido.
Mesmo sem carteira assinada, você pode — e deve — continuar contribuindo com o INSS para manter seus direitos previdenciários em dia: aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e outros benefícios.
Neste guia, você vai aprender como pagar o INSS estando desempregado, quais são as opções disponíveis, os valores atualizados e como gerar a guia de pagamento sem depender de um contador.
🧩 Quem pode pagar o INSS desempregado?
Se você está sem trabalho formal, mas quer seguir contribuindo, você pode se enquadrar em uma das duas categorias:
1. Segurado Facultativo
Para quem não está trabalhando e não possui renda própria (nem como autônomo ou informal).
Exemplo: pessoas que tiraram um ano sabático, estudantes, donas de casa, etc.
2. Contribuinte Individual
Para quem trabalha por conta própria, mesmo que de forma informal, como freelancer, vendedor, motorista de app ou prestador de serviços.
💰 Quanto custa pagar o INSS como desempregado?
🔹 Facultativo (sem renda própria)
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Alíquota 20%: sobre um valor entre o salário mínimo (R$ 1.412 em 2025) e o teto do INSS (R$ 7.786,02).
Ex: 20% de R$ 1.412 = R$ 282,40/mês -
Plano Simplificado – 11% sobre o salário mínimo:
Ex: 11% de R$ 1.412 = R$ 155,32/mês
⚠️ Não dá direito à aposentadoria por tempo de contribuição (apenas por idade).
🔹 Contribuinte Individual (trabalho informal/autônomo)
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Alíquota 20%: sobre o valor que você declara como remuneração mensal.
Ex: declarou R$ 2.000 → 20% = R$ 400/mês -
Plano Simplificado – 11%: fixo sobre o salário mínimo
Ex: R$ 155,32/mês — mesmas limitações do facultativo simplificado.
🧾 Como pagar o INSS desempregado: passo a passo
Passo 1: Cadastre-se no CNIS
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Acesse: meu.inss.gov.br
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Crie sua conta ou entre com o Gov.br
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Verifique ou atualize seu NIT/PIS/PASEP
Passo 2: Escolha o código de pagamento
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Facultativo – 20%: 1400
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Facultativo Simplificado – 11%: 1473
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Contribuinte Individual – 20%: 1007
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Contribuinte Individual Simplificado – 11%: 1163
Passo 3: Gere a guia (GPS)
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Use o sistema SALWEB da Receita Federal
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Preencha:
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NIT/PIS/PASEP
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Competência (mês de referência)
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Valor a contribuir (de acordo com a alíquota escolhida)
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Código de pagamento
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Data de vencimento
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Passo 4: Pague no banco, app ou Pix
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A GPS pode ser paga em qualquer banco, casa lotérica, app bancário ou com código Pix (em versões mais atualizadas).
⚖️ O que você mantém ao continuar contribuindo?
Mesmo desempregado, continuar pagando o INSS garante:
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Contagem do tempo para aposentadoria
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Auxílio-doença (após carência de 12 contribuições)
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Salário-maternidade
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Pensão por morte e auxílio-reclusão para dependentes
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Acesso facilitado a aposentadoria por idade no futuro
🔄 E se eu parar de contribuir?
Você entra em período de graça e ainda tem direito a benefícios por até:
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12 meses após a última contribuição
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24 meses se já contribuiu por mais de 120 meses
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36 meses se estiver desempregado e já tiver contribuído por 10 anos ou mais
⚠️ Depois disso, perde a qualidade de segurado e precisa fazer novas contribuições para ter acesso a benefícios.
✅ Resumo rápido
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Desempregado pode pagar o INSS como facultativo ou contribuinte individual
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Valores variam entre 11% e 20% do salário mínimo ou da sua renda
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A contribuição é feita via guia GPS e garante manutenção de benefícios
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Parar de contribuir pode te deixar desprotegido no futuro
💬 FAQ – Contribuir com o INSS sem emprego
Posso contribuir com o INSS mesmo sem estar trabalhando?
Sim! Desde que você não tenha renda própria, você pode contribuir como facultativo.
Qual a diferença entre contribuinte individual e facultativo?
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Facultativo: não tem renda (ex: dona de casa, estudante)
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Individual: tem alguma atividade remunerada, mesmo informal
Posso contribuir apenas com o plano simplificado de 11%?
Sim, mas esse plano não dá direito à aposentadoria por tempo de contribuição — apenas por idade.
Tenho que pagar todo mês?
Não obrigatoriamente. Mas o ideal é manter regularidade para garantir carência mínima e qualidade de segurado.
Vale a pena pagar o INSS mesmo desempregado?
Sim, principalmente se você deseja se aposentar no futuro e garantir benefícios em caso de imprevistos (doença, gravidez, etc.).