Você terminou um orçamento, pensou por alguns segundos e mandou o valor com base no seu instinto. Sem cálculo. Sem estrutura. Só “feeling”.
Se identificou?
Cobrar “por feeling” é mais comum do que parece entre freelancers e autônomos — especialmente no início da jornada. Mas essa prática pode estar sabotando sua renda, sua energia e seu crescimento.
Neste artigo, você vai entender por que precificar no improviso é perigoso e o que fazer para sair desse ciclo sem travar nas planilhas.
🚀 O que você vai aprender aqui:
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O que significa cobrar “por feeling” na prática
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Os riscos invisíveis dessa abordagem
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Por que você pode estar trabalhando de graça sem perceber
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Como precificar com confiança mesmo sem ser expert em finanças
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Ferramentas simples para calcular o valor justo
🎯 O que significa cobrar por feeling?
É quando você:
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Escolhe um preço “baseado na sua intuição”
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Pensa: “Acho que R$ 200 tá bom pra isso…”
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Dá o valor com medo de assustar o cliente
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Cobra diferente para cada pessoa, sem padrão
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Se arrepende logo depois de enviar o orçamento
Ou seja: você cobra o que sente, não o que faz sentido.
💣 Por que isso é perigoso?
1. Você pode estar trabalhando no prejuízo
Sem saber o seu custo mínimo por hora, é fácil cair na ilusão do lucro.
Exemplo: você cobra R$ 300 por um projeto que te tomou 10 horas.
Resultado: R$ 30 por hora — e você ainda pagou internet, luz, imposto e cafezinho.
2. Você não tem previsibilidade financeira
Quando cada cliente paga um valor diferente, você vive um mês com R$ 6.000, outro com R$ 1.200, e não sabe o que esperar do próximo.
Isso impede você de planejar, investir ou até descansar com tranquilidade.
3. Você se desvaloriza (sem perceber)
O feeling, muitas vezes, é alimentado por insegurança, medo de perder cliente ou síndrome do impostor.
“Ah, vou cobrar mais barato porque estou começando…”
“Acho que esse cliente não vai topar…”
“Se eu cobrar mais, vão achar que tô me achando…”
Resultado? Você se posiciona como barato, não como valioso.
4. Você não sabe quando (ou quanto) aumentar seus preços
Sem uma base de cálculo, você não sabe:
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Qual é o seu preço ideal
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Quando já pode cobrar mais
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O que está te fazendo lucrar ou perder
Fica tudo no escuro.
5. Você perde autoridade diante do cliente
Quem cobra de forma instável parece amador. E se você não confia no seu preço, por que o cliente confiaria?
Quando você precifica com base, transmite segurança. E segurança vende.
✅ Como parar de cobrar por feeling e começar a precificar com clareza
1. Descubra seu valor mínimo por hora
Some seus gastos mensais (pessoais + profissionais) e divida pelas horas disponíveis para trabalho.
Exemplo: R$ 4.000 de custo ÷ 80h = R$ 50/hora
Esse é o valor que você não pode cobrar menos.
2. Crie uma planilha simples com base nas horas estimadas
Para cada novo projeto, pergunte:
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Quantas horas isso vai me tomar?
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Qual complexidade envolvida?
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Quanto de margem de lucro eu quero incluir?
Use isso para formar o preço, em vez de chutar na emoção.
3. Use pacotes ou faixas de valor
Evite orçamentos soltos. Crie pacotes com valor fixo para facilitar a negociação e ter previsibilidade.
Exemplo:
Social media mensal – R$ 600 (3 posts/semana)
Site institucional – R$ 1.200 (até 5 páginas)
4. Treine sua postura na hora de apresentar o preço
Diga com confiança:
“O investimento para esse serviço é de R$ 750, com entrega em até 5 dias úteis.”
Evite frases como:
“Ah, eu pensei em cobrar uns R$ 300, mas podemos conversar…”
5. Crie um histórico de orçamentos
Comece a registrar:
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O que você cobrou
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Quanto tempo levou
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Qual foi o lucro real
Assim, você aprende com os próprios dados — e evolui de forma estratégica.
🧩 Resumo rápido
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Cobrar por feeling parece flexível, mas mina sua estabilidade
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Você corre o risco de se desvalorizar ou trabalhar no prejuízo
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Preço deve ter base: custo + tempo + valor percebido + margem
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Precificar com clareza aumenta sua autoridade e rentabilidade
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É possível ter controle mesmo sem planilhas complexas
💬 FAQ – Precificação e feeling
Cobrar por intuição é sempre ruim?
Não necessariamente — mas precisar da intuição sempre indica que você ainda não tem clareza sobre seus custos e valor de mercado.
Posso começar com feeling e ajustar depois?
Sim. Mas comece a coletar dados desde já para criar um padrão e parar de depender só do feeling no futuro.
Como saber se estou cobrando certo?
Calcule seu valor/hora base, avalie a complexidade da entrega e compare com o resultado que o cliente vai obter.
E se o cliente achar caro?
Mostre valor, entregue confiança, e não se desculpe por cobrar o justo. Ofereça escopos diferentes, mas não desvalorize sua entrega.
